Postado por: Carlos Henrique
Data: 14/08/2025

Lei Confúcio entrega
os primeiros documentos

a produtores rurais

Parece ter escapado à observação permanentemente arguta, sagaz, atenta e penetrante da imprensa local a assinatura, pelo presidente Lula, do decreto que regulamenta a aplicação da lei Confúcio. O ato beneficia diretamente pelo menos 40 mil famílias em Rondônia com a escritura definitiva dos lotes rurais distribuídos nos projetos de assentamento do INCRA.

Mas não se pode acusar a imprensa pela reconhecida má vontade com o noticiário favorável ao governo. É que diversas outras pautas igualmente importantes também exigiam atenção na visita de Lula, como o anúncio de investimentos federais da ordem de R$ 1,5 bilhão, ou a assinatura da ordem de serviço para a construção da ponte binacional em Guajará Mirim.

Também não poderia, claro, escapar à “ampla cobertura” de nossa briosa mídia, a defesa da falta de educação do governador Marcos Rocha, que não compareceu ao evento e foi representado pelo vice-governador Sérgio Gonçalves. Afinal, Lula autorizou, com uma canetada, investimento superior à capacidade orçamentária anual do estado para investimentos em infraestrutura.

Se o vice foi designado para a tarefa ou compareceu por conta própria, ninguém sabe. Assim como não se pode dizer com precisão a quantas anda o relacionamento entre ambos. A voz geral, no entanto, dá conta de que Sérgio deixou a solenidade maior do que entrou. De resto, não se pode culpar a imprensa. Afinal, ninguém distribuiu “release” (rsrs)...

O certo é que os primeiros títulos definitivos de propriedade entregues logo após a assinatura do decreto presidencial sinalizam a inauguração de uma nova realidade fundiária na região, inclusive na área de segurança pública. Fica decretada, de imediato, uma significativa valorização das propriedades rurais, beneficiadas com a abertura de acesso ao financiamento rural a juros subsidiados.

O crédito rural é uma linha de financiamento destinada a agricultores e pecuaristas para apoiar os produtores rurais nas diferentes etapas de sua produção, como plantio, colheita, compra de insumos, máquinas e implementos agrícolas, além de melhoramento e expansão da infraestrutura rural.

Mas os proprietários de lotes precisam ficar atentos. Investidores do Agro tem circulado pelo estado em busca de oportunidades na aquisição de lotes rurais. Um grupo deles foi identificado em uma mesa no café da manhã do Hotel Central em Cujubim. Com forte sotaque paranaense, eles ocupavam uma SW4 com placas do Paraguai.

E conversavam no hotel com um possível corretor de imóveis, a quem manifestavam interesse na aquisição de lotes superiores a 100 hectares. É claro que isso não coloca ninguém sob suspeição, já que pelo menos à primeira vista são investidores. Mas os beneficiários da Lei Confúcio somente integram essa categoria se comprovada a posse “mansa e pacífica” da área rural há pelo menos um ano.

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 07/08/2025

Brasil deveria publicar
carta aberta a Trump
nos jornais americanos

Estou curioso pra saber por que o governo Brasileiro não publica uma carta aberta a Trump na terceira página dos principais jornais americanos. E, quem sabe, também em alguns países democráticos, como Canadá, Inglaterra, França e Alemanha. Quando nada, isso pode ter grande repercussão favorável a nível internacional.

Se Trump não admite ouvir, pelo menos vai ficar clara para o povo americano a disposição brasileira de negociar, sem se submeter a tamanha patifaria. Que os americanos vão pagar fortunas pelo café aguado que consomem. Ou pelos hambúrgueres. Vão também vão perder milhares de empregos. E que Trump não poderá dizer que não sabia.

Isso lembra uma história que me foi contada pelo saudoso Velho Dió. Dizia ele que um velho seringalista acreano passava as tardes jogando dominó na praça da vila na qual vivia com Mariazinha, bela, jovem e fogosa cabocla. Que ocupava as tardes livres com outros jogos, mais divertidos, na companhia de um magano da região.

Os amigos do velho sabiam disso e se indignavam. A ponto, de numa dessas tardes, levar o seringalista para um flagrante da traição de Mariazinha, o que de fato aconteceu. O velho disse então à mulher: -”Mariazinha, minha filha. Arrume suas coisas e vá embora”.

- Eu sabia – continuou - que você me traia, mas não me importava. Sou um velho. Não posso lhe atender como sua juventude exige. Sabia que todo o mundo sabia. Mas também não ligava. O problema, agora, é que todo o mundo sabe que eu sei. Isso me obriga a tomar uma providência.

Sidônio Palmeira já deve ter pensado nisso. O Brasil precisa levar – em tom respeitoso, embora firme - seus argumentos ao conhecimento de Donald Trump. O presidente americano lé os jornais, embora prefira pautar-se pelas redes sociais. Ele tem, sim, informações sobre a realidade do comércio com o Brasil, mas insiste em atribuir credibilidade às falsas denúncias de Eduardo Bolsonaro e seu protetor, o poderoso secretário de Estado, Marco Rubio.

É claro que isso não convence a ninguém, mas, como o velho seringalista, Trump não se importa e até se diverte com a absoluta imprevisibilidade que dissemina por todo o mundo. Com a publicação da carta aberta, os americanos ficarão sabendo que ele, afinal, sabe. Daí não poderá mais continuar a esquivar-se.

É evidente que a oposição vai chiar, até porque os governadores bolsonaristas precisam encontrar desculpas por seu imobilismo: não podem condenar Trump sem ofender Bolsonaro, mas precisam dar uma satisfação aos eleitores nos estados. Não tem como dar certo. O que, na verdade, esperam é que o tempo passe rapidamente e Bolsonaro seja logo julgado, condenado e preso.

O ex-presidente sabe disso. E joga as últimas fichas nas sanções ao Brasil. Isso está tão claro que os parlamentares que ocuparam as mesas diretoras dos plenários da Câmara e Senado exigiram que seja pautado o projeto de anistia, “para que possamos voltar a trabalhar em pautas que interessam ao Brasil”.

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 06/08/2025

Família Bolsonaro

“dusted the thread”

para Trump entender

Para esclarecer: “espanar” a rosca nada tem a ver com “queimar” a dita cuja

“O tempo é senhor da razão, mas inimigo dos sonhos” – diz a sabedoria ancestral. Foi o que levou Bolsonaro à prisão domiciliar. Em um ato desesperado, o ex-presidente recorreu a um novo golpe para desafiar o STF e ser preso. Para chamar a atenção de Donald Trump e levá-lo a aplicar mais algumas voltas ao parafuso brasileiro, mesmo com o risco da rosca espanar, ou “dusted the thread”, na tradução de Dudu Bananinha.

É que os efeitos das sanções impostas ao Brasil começaram a perder a dramaticidade inicial, especialmente depois que o presidente americano recuou e retirou da lista quase 700 produtos, informado pelos empresários do lado de lá que as medidas anunciadas fariam mal maior aos EUA que propriamente ao Brasil. E apesar de insistir na tentativa de negociação comercial, o governo brasileiro busca meios de mitigar os prejuízos.

Bolsonaro sentiu que é preciso avançar mais, pelo menos até que o Brasil entenda e atenda às suas demandas. Ele, afinal, não quer necessariamente tudo o que Trump exigiu. Basta-lhe a anistia. E nem precisa beneficiar todo aquele “bando de malucos’, em sua própria definição. Ficaria satisfeito com uma “graça” pessoal, que o livrasse dos processos e da inelegibilidade, resguardado o direito à livre produção de fake news, sem as quais a direita radical não sobrevive. Restaria o ministro Alexandre de Moraes, mas também isso poderia ficar para outra oportunidade.

O certo é que, passado o susto, o tarifaço de Trump perde aceleradamente o efeito. O próprio presidente americano estimula isso com seus recuos. Como esperam os exportadores de café, de carne, e seus distribuidores americanos. Enquanto isso, o povo por aqui se vinga com o humor que tem nossa marca registrada. Como nesse texto, que circula nas redes sociais:

“Os EUA não têm PIX, nem boleto bancário. Não têm urna eletrônica, Prouni, Fies ou Enem. Não têm Sistema Único de Saúde. Não têm CPF, nem certificado digital. Não têm aviso prévio, FGTS, férias remuneradas e 13º salário. Não têm carnaval, pão de queijo, açaí, feijoada, brigadeiro, acarajé...Os EUA têm é muita inveja do Brasil!!!

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 17/07/2025

Carta de Trump a Bolsonaro
confirma Blog do CHA: risco
de condenação dos golpistas
apavora governo americano

Se risco não havia antes, ele agora é evidente – crédito ao próprio Trump. O resultado do julgamento dos golpistas, pela primeira turma do STF, vai repercutir fortemente nos EUA. Créditos para a intensidade da tentativa intervenção do presidente americano em questões judiciais brasileiras.

Antes, a coisa já prenunciava um ambiente sombrio para os grupos acusados de tentativa de golpe pelo procurador geral Paulo Gonet. Agora, a pirraça de Trump, internacionalmente repercutida, se estende também às perspectivas eleitorais da direita brasileira, tutelada por Bolsonaro.

Preocupado exclusivamente com a iminência da condenação e com a situação da família, o ex-presidente parece não perceber a angústia aos principais aliados – Tarcísio de Freitas à frente. Atarantado, o governador paulista vê agravar-se o risco de ver escapar por entre os dedos até a reeleição em SP.

As declarações de amor incondicional de Bolsonaro a Trump e as ameaças de “investigação” dirigidas ao Pix, que “prejudica as big techs americanas”. E até ao comércio paulista da 25 de março (???). Tudo isso pode resultar em algo com o que Lula e o PT nem mesmo poderiam supor em seus sonhos mais acalentados: o fim do bolsonarismo decretado pelo próprio Bolsonaro.

Em tempos de sucesso das “bets”, há quem especule sobre um resultado antes inimaginável para todo esse bafafá: o fortalecimento da chapa Lula – Alkmin. Arrisco-me a ir além: se a situação se mantiver após o julgamento do STF, previsto para setembro, as perspectivas de reeleição da dupla podem virar “pule de dez”. E não apenas isso: com um Congresso pelo menos um tanto mais “amigável”. Você não acredita? Então aposte contra e corra o risco!

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 16/07/2025

Prisão de golpistas no
Brasil assusta Trump

Ele, afinal, tem encontro marcado com a justiça para logo após o fim do mandato. E se a moda pega?

E essa agora? Secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, diz que o Brasil pode ser atingido por novo tarifaço de Trump, agora de 100%. Ex-primeiro ministro da Holanda, Rutte é definido pelos apoiadores como uma liderança pragmática, embora a maioria o considere meramente oportunista. A ameaça feita ao governo brasileiro em reunião com congressistas dos EUA, como forma de punir os países que compram petróleo da Rússia, aí incluídos China e Índia.

Alguém deveria informar, a esse serviçal de Trump, que os efeitos dessa nova taxação seriam rigorosamente nulos: os 50% do tarifaço já inviabilizam qualquer perspectiva de vendas brasileiras para o mercado americano. Não precisa mais. Claro que as ameaças do presidente laranja podem ser revertidas. Não pelos esforços de negociação diplomática, embora corretamente desenvolvidos pelo governo brasileiro, mas pelos danos que a medida poderá acarretar ao bolso dos americanos.

É a única linguagem que o sujeito conhece. Os negociadores brasileiros – Geraldo Alkmin à frente – sabem disso. Por isso estão envolvendo os compradores nos EUA para que pressionem o sujeito. Quando ficar impraticável, por exemplo, a importação de ferro gusa, placas e tarugos, essenciais para as siderúrgicas e construção civil americana a chiadeira será grande. Quando dobrar nos mercados o preço do café, do suco de laranja e da carne, o americano médio vai urrar. Não por solidariedade ao Brasil ou aos brasileiros, nem por Bolsonaro ou pela primeira emenda, mas pelo que reflete no próprio umbigo.

Não encontrei, nos comentários de mais de uma dezena de articulistas que acompanho, uma abordagem que considero bastante plausível, sobre a verdadeira motivação de Donald Trump no episódio. Ele com certeza não liga a mínima para Bolsonaro ET caterva. Nem para o Brasil ou os brasileiros. O que o move é o resultado mais provável do julgamento do Supremo: a prisão do ex-presidente e sua quadrilha. E o exemplo daquilo em que a justiça brasileira pode inspirar o povo americano. Para Trump, um mau exemplo!

Afinal, ele ainda tem um encontro agendado com a justiça americana para logo após o fim do mandato, pela tentativa de golpe que resultou na invasão do Capitólio. Ou pela próxima tentativa. Ele já não declarou repetidas vezes sua simpatia pela idéia de um terceiro mandato, rigorosamente proibido pela legislação de seu país?

Daí tamanha admiração por Netanyahu e Putim. Também por isso, tanto o assusta a perspectiva de uma derrota nas eleições de meio do mandato, em novembro de 2026, para renovação do parlamento. Se o modelo brasileiro de mandar para a cadeia os golpistas pegar nas terras do Tio Sam a coisa fica feia. Pelo sim, pelo não, as novas investidas do governo americano contra o Brasil igualmente apontam nessa direção. Trump pode estar em busca de argumentos comerciais para dissimular suas reais intenções golpistas.

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