Postado por: Carlos Henrique
Data: 20/04/2012

Começam a surgir os primeiros sintomas de um processo sobejamente conhecido pelos políticos em fim de mandato, processo ao qual Roberto Sobrinho está sendo apresentado agora e cujos sintomas já foram claramente detectáveis na derrota sofrida pelo seu candidato “plano c”, Cláudio Carvalho, nas prévias do PT.

            O “plano a” era a deputada Epifânia Barbosa, que caiu em desgraça Poe conta da operação termópilas. Miriam Saudaña já era o “plano b”. Lembram? Agora o prefeito aplaude a iniciativa do vereador Mário Sérgio de disputar a vaga, mesmo sabendo que ele não resiste às primeiras espetadas dos adversários.

            Agora, o prefeito, que teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado, corre o risco de ver a decisão mantida pela Câmara dos Vereadores, o que o tornaria inelegível e o faria despertar do sonho de disputar o governo do estado em 2014. Seria o caos.

            Gente graúda do PT informa que em busca de reconciliação, Fátima Cleide já teria oferecido apoio às pretensões de Sobrinho em 2014. Isso, caso vença as eleições para a Prefeitura, projeto que já encontram barreiras quase intransponíveis, como a rejeição dos evangélicos por seu apoio à comunidade gay e dos próprios, aos quais responsabilizou pela derrota na eleição para o Senado.

            O problema é que o infernou astral de Roberto Sobrinho está apenas em seu início. Em breve ele irá começar a caminhada em direção à situação de defunto insepulto ou morto-vivo na Prefeitura: ninguém obedece, ninguém reconhece, ninguém aplaude, ninguém festeja, ninguém convida... É quando os puxas começam a procurar outro saco.

            Melhor seria o prefeito se antecipar e mandar instalar na BR-364, depois do buraco do Bairro Novo, um pórtico com a advertência de Dante: "Lasciate ogni speranza, voi che entrate", ou “Deixai toda a esperança ò vós que entrais”.

            A propósito, a construtora Odebrecht está anunciando um novo empreendimento imobiliário em Porto Velho. É o condomínio Villa Park, também na BR-364, em frente ao Tênis Clube. Será que a Prefeitura desta vez vai fiscalizar?

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 19/04/2012

CPI do Cachoeira sai, mas
efeito cascata assusta

Como diria Zé Sarney, do alto de sua quase secular experiência, todo o mundo sabe como começa uma CPI, mas não se pode imaginar como irá acabar caso, claro, não se transforme em pizza. É exatamente esse o caso da CPI do Carlinhos Cachoeira, criada ontem com as assinaturas de 67 senadores e 340 deputados.

            Lula foi o principal incentivador da instalação da CPI, especialmente por focar imediatamente os oposicionistas, inclusive o governador Marcondes Perillo, de Goiás (uma vingança pessoal por ele ter declarado que informara ao ex-presidente sobre a existência do mensalão).

            Ele inspirou-se em Fernando Collor para dizer a aliados que a CPI seria instalada “duela a quien duela”. Só que falou em Português mesmo, por motivo de todos conhecido. Lula não imagina que a CPI possa ter o chamado “efeito cascata” (o trocadilho é quase obrigatório) e acabar atingindo os próprios “cumpanhêro”. A começar pelo governador petista do DF, Agnelo Queiroz.

            Disso, todos já sabiam, mas imagina-se nas trincheiras do PT que a relação custo/benefício é favorável e que se o fogo amigo vitimar um governador do partido isso acaba sendo um custo baixo a ser pago para livrar José Dirceu da prisão no julgamento do mensalão.

             Pode ser. Mas uma vez instalada (se isso vier a acontecer) a CPI corre o risco de pegar muita gente do próprio PT. É que, como disse uma querida leitora deste blog metido a besta, "Antigamente os cartazes nas ruas, com rosto de criminosos, ofereciam recompensas; hoje em dia, pedem votos".

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 15/04/2012

     Até Paulo Henrique Amorim foi envolvido Ele tentou, na última semana, em seu blog e no programa de domingo da Record, convencer o público de que o “mensalão” não existiu: teria sido uma armação arquitetada por Carlinhos Cachoeira para atingir Zé Dirceu.

            Seria uma vingança por ter sido negada a indicação do senador Demóstenes Torres para uma importante secretaria do Ministério da Justiça. Teria sido ele, Cachoeira, o responsável pela gravação do suborno ao funcionário dos Correios, origem da cascata (desculpem o trocadilho) de denúncias que desaguaram (desculpem de novo) no maior escândalo do governo Lula.

            PH Amorim quer mostrar que o mensalão não existiu. Então tá. Foi tudo firula. Ao ser filmado embolsando a grana, o sujeito dos Correios estava apenas representando. Ninguém comprou votos no Congresso, ninguém recebeu dinheiro, os dólares na cueca foram pura ficção, Zé Dirceu é a personificação da inocência.

            O trabalho para livrar a cara de Zé Dirceu chega ao ponto de decretar a burrice da consciência nacional. Cachoeira é bandido? Disso ninguém duvida. Demóstenes tá envolvido? Tá. Ele e uma penca de gente graúda. Mas Zé Dirceu é o rei da cocada. Perto dele, PC Farias seria ladrão de galinhas.

            O chefe da quadrilha do mensalão demonstra continuar extremamente poderoso, apesar de tecnicamente (apenas isso) estar fora do Governo Dilma. Ele controla o PT, Banco do Brasil, fundos de pensão, Petrobrás e o próprio Lula. Manda mais que a “presidenta” – atrevo-me a dizer.

            E se o mensalão não for a julgamento no Supremo, ou se ele não for condenado, fica demonstrado que também por lá ele dá as cartas. Ninguém p(h)ode com o Zé.

            E ainda existe uma estúpida multidão acreditando em combate à corrupção neste País.

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Postado por: Carlos Henrique
Data: 15/04/2012

Figuras carimbadas do PT já dão a dica do mote para a campanha eleitoral deste ano: o novo prefeito de Porto Velho “tem que ser mulher e do PT”. Ou seja: Porto Velho tem que eleger uma prefeita para agradar à presidenta. O que não se pode saber se será possível agradar Dilma, pessoa literalmente desagradável.

            Mas, considerando o que me disse certa vez o saudoso mago Odair Cordeiro, deveria ser incorporado ao slogan outro qualificativo: feia. Segundo Odair, quando nasce uma filha bonita os pais logo dizem: “vai ser miss, artista ou modelo”. Quando é feia, o destino está igualmente selado: “vai ser do PT!”.

            Isto posto e pensando melhor, seria desnecessária, por redundante, a inclusão do adjetivo ao slogan.

            Falando sério, parece estar havendo um certo distanciamento entre o discurso dos notáveis da campanha e o da candidata. Os primeiros asseguram que ela vai tentar apagar o indêndio das prévias em uma aproximação com Roberto Sobrinho para unificar as forças do partido em torno de seu nome.

            Mas só se for com gasolina. Fátima Cleide age em direção oposta: em troca de uma aliança com o PDT, ela já comprometeu o apoio do PT à candidatura de Acir Gurgacz que vai tentar manter a cadeira que ocupa no Senado nas eleições de 2014. E Roberto Sobrinho, vai sair deputado estadual? Muito pouco para quem ainda ontem queria o Governo do Estado.

            Muitas indagações ainda permanecem à espera de esclarecimentos na campanha petista. Uma delas tem relação com a declarada simpatia de Fátima Cleide em relação à causa das bibas. Como ficará então a comunidade evangélica?

            Outra: se perder a Prefeitura, Fátima certamente tentará voltar ao Senado. Mas só haverá uma vaga em 2014. Como ficará Acir?



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Postado por: Carlos Henrique
Data: 14/04/2012

Recebi e-mail queixoso de pessoa que se diz eleitora do felizmente “ex”-deputado Lindomar Garçom reclamando de um certo pessimismo deste blogueiro em relação ao político objeto de sua admiração e defesa. Na verdade, referiu-se a uma perseguição sistemática contra Lindomar, que se anuncia candidato “irreversível” a prefeito de Porto Velho nas eleições deste ano.

Cumpre esclarecer que considero injusta tal acusação, posto que o ex-parlamentar rebola mais que a finada Lacraia para desviar a intenção do gesto, ou seja, o que diz daquilo que realmente faz. Como é que ele se anuncia “candidato irreversível” do PV à Prefeitura de Porto Velho se nem mesmo se desincompatibilizou do cargo que ocupa no Governo do Estado, do PMDB?

O mais provável é que Garçom esteja fazendo jogo de cena para valorizar o passe, pois sem o mandato não tem nem mesmo como alocar recursos para bancar uma campanha cara como a de prefeito da capital. Um observador mais atento poderá perceber que a idéia é negociar apoio para uma candidatura a deputado federal em 2014 e, ao mesmo tempo, conseguir agora emplacar seu candidato na Prefeitura de Candeias.

Imaginar, no cenário atual, que Garçom irá arriscar um vôo solo na campanha deste ano seria até mesmo uma ofensa ao raciocínio do ex-deputado, que de besta não tem nada.

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